Conviver com dúvidas sobre alergias alimentares é uma realidade para muitas famílias. Desde reações inesperadas em crianças pequenas até aquela incerteza na hora de experimentar um alimento novo, a insegurança faz parte do dia a dia de quem busca proteção e qualidade de vida. Neste texto, quero conversar de maneira clara sobre como o diagnóstico é feito, quais exames podem ser necessários e o que observar em casa.
Por Que o Diagnóstico de Alergia Alimentar Precisa Ser Bem-Feito?
Sabe aquela história do amigo ou parente que tirou o leite, ovo ou glúten da alimentação só porque teve algum desconforto? É fundamental entender que nem toda reação é realmente uma alergia alimentar. Antes de mudar radicalmente a rotina, precisamos identificar corretamente o problema. Um diagnóstico preciso evita restrições desnecessárias, melhora a qualidade de vida e previne riscos de reações graves (como anafilaxia), que precisam de atenção imediata e acompanhamento especializado.
Exames e Testes: O Que Realmente Ajuda?
Quando existe suspeita de alergia alimentar, costumo começar com uma conversa detalhada, onde você me conta absolutamente tudo sobre o sintoma, quando apareceu, qual alimento foi consumido, como foi a reação, entre outros detalhes. Só essa escuta já faz metade do caminho!
- Exames de sangue: podem ser solicitados para identificar anticorpos específicos (IgE) contra certos alimentos, mas não servem para todos os casos.
- Testes cutâneos (prick test): gotas de extratos de alimentos são aplicadas na pele do antebraço, acompanhadas de pequenas picadinhas, para observar se há reação local. O resultado é rápido, mas deve SEMPRE ser avaliado por um alergista.
- Dieta de exclusão e reintrodução: em alguns casos, suspender o alimento suspeito por um tempo e depois reintroduzi-lo de forma supervisionada é o “teste de ouro” para firmar o diagnóstico.
- Testes de provocação oral: só realizados em ambiente hospitalar, sob supervisão médica, para identificar casos duvidosos ou avaliar possibilidade de cura.
Atenção: Exames por conta própria, testes rápidos vendidos em farmácias e restrições baseadas apenas em listas da internet NÃO substituem a avaliação médica. O risco de erros é grande.
O Que Observar em Casa? Pequenos Detalhes Fazem Toda a Diferença
Enquanto o diagnóstico não fecha ou mesmo após um parecer médico, você pode observar sinais importantes:
- Aparecimento de manchas vermelhas, urticária, coceira ou inchaço logo após comer determinado alimento;
- Sintomas gastrointestinais: vômitos, diarreia, dor abdominal e até sangue nas fezes, especialmente em bebês;
- Tosse, rouquidão, dificuldade de respirar, chiado, lábios ou pálpebras inchados são sintomas mais preocupantes, que pedem ajuda rápida;
- Mudanças de comportamento, sono ou apetite sem causa aparente;
Anote tudo em um caderno ou aplicativo e compartilhe esses detalhes na próxima consulta. O registro pode ser fundamental para descobrir padrões e definir o diagnóstico!
Receber o diagnóstico de alergia alimentar não precisa ser um “fim do mundo”. Com orientação médica adequada, adaptações na alimentação e suporte à família, é possível viver com autonomia, segurança e bem-estar. O retorno regular ao consultório permite reavaliar diagnósticos, testar a tolerância com o passar do tempo e ajustar condutas sempre que surgir dúvida ou insegurança.
